Os mais perversos da história: Pol Pot, o
arquiteto de um genocídio.
Pol Pot em
uma das poucas fotografias.
Pol Pot foi
um líder que não mostrou misericórdia para com seu povo.
Foi responsável pela morte de 2 milhões de pessoas, um terço da população de
seu país, o Camboja.
Durante quatro anos, torturou e matou cambojanos de fome. Homens, mulheres,
crianças e bebês muitas
vezes foram brutalmente agredidos com martelos e enterrados vivos.
Nascido em Saloth Sar em 1925, foi criado numa
próspera fazenda de arroz ao norte de Phnom Penh, num Camboja governado
pelos franceses. Nunca trabalhou em um campo de arroz, nem conhecia bem a vida
na aldeia, pois aos seis anos de idade foi mandado para a capital para se
tornar monge.
Em 1949 Pol Pot foi estudar em Paris depois de
ganhar uma bolsa para aprender radioeletricidade. Ali seu racismo
inato encontraria expressão no comunismo extremista.
Durante os anos que Pol Pot estudou em Paris , o Partido
Comunista era o partido stalinista mais linha-dura da
Europa Ocidental. Também absorveu a filosofia de outro estudante cambojano de
esquerda, Khieu Samphan,
segundo o qual, para fazer uma verdadeira revolução rural, o Camboja precisava
regredir à economia camponesa – sem cidades, indústrias, moeda ou educação.
Depois da faculdade em Paris, Pol Pot voltou ao Camboja cheio
de ideais revolucionários
e entrou para o Partido Comunista clandestino, que fazia oposição ao
monarca apoiado pelos franceses, o rei Sihanouk, e ao presidente Lon Nol. Em
dois anos ele foi nomeado secretário-geral do partido e, para não ser capturado
pelas forças governamentais,
fugiu para as montanhas, com seus quadros agora fortemente armados, e pregou
sua doutrina revolucionária para
as tribos enquanto travava uma feroz guerrilha. Desde o início da década de
1970, Pol Pot e
seu grupo, conhecido como Khmer Vermelho, envolveram-se numa
campanha violenta contra o governo de Lon Nol e, em 1972, o conflito havia
chegado a uma verdadeira guerra civil.
Posição geopolítica do Camboja.
No dia 17 de abril, logo depois do ano-novo
cambojano, o Khmer Vermelho
entrou na capital vitorioso, depois de uma guerra de cinco anos.
Depois de 24 anos de vida, o Partido Comunista do Camboja,
agora rebatizado de Campuchea,
havia conseguido uma vitória retumbante.
O mundo reagiu com perplexidade quando os revolucionários esvaziaram
as cidades, destruíram os bens de consumo ocidentais, aboliram o dinheiro e os
mercados cambiais estrangeiros e instituíram o controle estatal sobre todo o
comercio nacional e internacional começando a liquidar a
elite ocidentalizada.
Campos de trabalhos, aonde o Khmer Vermelho matava seu próprio
povo de exaustão e fome.
A catedral católica romana de Phnom Penh foi demolida pedra por pedra
até não sobrar nenhum vestígio do mais proeminente edifício ocidental do país.
As coisas chegaram ao ponto de o novo governo declarar que o ano
não era mais 1975, mas o Ano Zero.
Médicos, advogados, professores, mecânicos, varredores de ruas,
todos foram obrigados a ir para o interior trabalhar como camponeses,
cultivando arroz e construindo represas para a revolução. Dois milhões de
cambojanos que viviam em Phnom Penh deixaram a cidade em 72
horas. Com a evacuação forçada das cidades, o Khmer Vermelho praticamente cortou
toda e qualquer ligação material que a população tinha com o regime antigo. Os
hábitos sociais, religiosos, familiares e econômicos foram abalados enquanto
a população era lançada numa luta pela sobrevivência.
Para reforçar suas políticas, Pol Pot declarou que dali em o
dinheiro e o pertence pessoal seriam banidos.
As pessoas até mesmo mulheres grávidas ficavam dentro d’água até o
pescoço nas estações frias e chuvosas, trabalhando em canais, com as pernas e
pés inchados e sangrentos. Se alguém parasse de trabalhar por causa de alguma
doença, não recebia comida. O slogan do Khmer Vermelho na época era “Mantê-lo
vivo não e ganho, destruí-lo não é perda”. Todos tinham de trabalhar.
Pol Pot acreditava que para sua visão
de pureza dar certo o individualismo tinha de ser banido. Só destruindo todas
as raízes, todos os vestígios do pensamento individual é que surgiria um povo
dedicado a um regime coletivista.
Com o advento da nova moralidade revolucionária, os maridos eram
separados das mulheres por longos períodos, a permissão para se casar só era
dada pela Angkar (A
Organização), e só sob regras estritas, e o sexo pré-conjugal tornou-se
passível de castigos extremos; as vezes até a pena de morte.
"Soldados" do Khmer Vermelho mostram com orgulho
a cabeça de um compatriota decapitado como troféu.
Os adolescentes eram arrancados da família e mandados para um
rigoroso treinamento
ideológico. Pol Pot acreditava que, se treinasse
seus jovens recrutas com jogos cruéis, eles acabariam se transformando em
soldados que gostavam de matar, e encorajava os jovens a ter prazer em atormentar
animais e a fazer suas vítimas sofrer o mais possível.
Agora as crianças mal viviam com os pais: as que tinham menos de
seis anos eram entregues a “avós” que cultivavam seu espírito revolucionário com
a narração de histórias heróicas.
Antes da ascensão ao poder de Pol Pot, o Camboja possuía uma população majoritariamente budista.
Após a entrada ao poder de Pol Pot o budismo foi varrido do país.
Executaram os monges mais importantes, destituíram o resto de suas funções
sacerdotais, proibiram o acumulo de mérito por meio das
doações e destruíram muitos templos.
Depois o Khmer Vermelho começou a perseguir
e executar líderes políticos, oficiais militares, funcionários públicos e todos
os que tivessem instrução. Em alguns casos matavam junto suas mulheres e
filhos. As crianças muito pequenas, novas demais para ter ideia do que estava
acontecendo, eram pegas pelos soldados do Khmer Vermelho, que lhes
arrancavam os membros um por um em frente aos seus pais.
As escolas e bibliotecas foram fechadas logo depois que o Khmer Vermelho
subiu ao poder, e os jornais deixaram de existir.
Com o Khmer Vermelho no poder só havia
duas soluções para o povo: “Se a bala das armas não acabava com alguém, a fome
o fazia”.
O arquiteto dessa desgraça
controlava todos os aspectos da vida das pessoas, mas nunca assumiu nenhuma
responsabilidade pelo sofrimento de seu povo, nem pela morte de alguém que
tivesse morrido por algo que não fosse o motivo certo.
Numa casa de Phnom Penh onde havia funcionado uma
escola Pol Pot estabeleceu
a notória prisão de Tuol Sleng, ou S-21, como centro de
extermínio de uma rede nacional de encarceramento, interrogatório,
tortura e execução. Todos os que eram levados para a S-21 eram fotografados e
seus crimes meticulosamente registrados. O Khmer Vermelho criou seu próprio
código para registrar os crimes e o destino dos prisioneiros.
Com os oponentes de classe e os adversários políticos fora do
caminho, Pol Pot,
impelido pelo racismo que ocupava grande parte de seu programa, voltava a
atenção para as minorias étnicas do Camboja. Ele acreditava que só havia
uma raça pura: a raça do Khmer, originária do Camboja Inferior.
As crianças dentro do regime de Pol Pot eram doutrinadas a aprender a
matar e torturar com habilidade.
No final de 1978, com as execuções e a fome no auge, e com o
regime de Pol Pot parecendo
invencível, o governo começou a sua autodestruição. Com informações
provenientes de suas forças de segurança, o Partido caiu sob o feitiço da contraespionagem,
consumindo a si mesmo quase da mesma forma que consumira o povo do Camboja.
Seus membros haviam esmagado toda e qualquer oposição pelo terror e pela
coerção. O ódio psicótico que Pol Pot sentira
durante toda a vida pelos vietnamitas seria sua ruína.
Depois de uma série de violentos confrontos de fronteira com o Vietnã,
150.000 soldados vietnamitas atacaram a fronteira campucheana e,
no dia 6 de janeiro,
aproximaram-se de Phnom Penh. Os expurgos constantes
de Pol Pot haviam
rompido os elos de comando entre oficiais e soldados e abalado o moral tanto do
exército quanto do Partido. Aqueles acusados de traição que não haviam traído
ninguém não sabiam o que fazer: morrer em nome do Partido ou fugir. Mas o povo
cambojano sabia o que fazer – recebeu os vietnamitas de braços abertos e com
gritos de alegria. Ironicamente, três cambojanos vietnamitas, que haviam
escapado do expurgo – Heng Samrin, Chea Sim
e Ros Samay –
logo seriam chefes do governo que substituiu Pol Pot.
Pol Pot e seus capangas fugiram
para o norte do Camboja e para a Tailândia, e o
odiado administrador da S-21, evitou a captura. Enquanto fugia num Mercedes
branco e depois num helicóptero, que o levou, e a seus asseclas,
para a Tailândia, milhares de outros membros do Khmer Vermelho
deixavam um Camboja arrasado. Pol Pot continuou
lutando de sua base militar ao lado de seus seguidores fiéis no interior e
formou a Frente de Libertação dos Povos do Khmer. Outros vinte anos se passariam
antes de Pol Pot ser
visto de novo – mas dessa vez num tribunal. Finalmente o Khmer Vermelho
voltou-se contra seu antigo líder, que foi preso, não pelos crimes de genocídio
ou contra a humanidade, mas por ser inimigo político.
Os campos de arroz aonde o povo cambojano trabalhava para o regime
do Khmer
Vermelho de Pol Pot eram regados a sangue.
Numa entrevista feita por Nate Thayer pouco antes de sua morte, Pol Pot recusou-se
a dizer se havia se arrependido de ter causado morte de tantas pessoas
inocentes e disse que os erros cometidos pelo regime foram principalmente os de
implementação da política. Duas semanas mais tarde, em abril de
1998, Pol Pot morreu
de morte natural.
Em busca de um “comunismo puro”, o Khmer Vermelho
reduziu uma economia devastada pela guerra, mas tradicionalmente capaz de
recuperação rápida, a outra quase sem perspectiva de regeneração espontânea. As
regras draconianas de vida sob Pol Pot transformaram o Camboja num gulag de
dimensões nacionais.
Pol Pot foi
um líder que não mostrou misericórdia para com seu povo.
Foi responsável pela morte de 2 milhões de pessoas, um terço da população de
seu país, o Camboja.
Durante quatro anos, torturou e matou cambojanos de fome. Homens, mulheres,
crianças e bebês muitas
vezes foram brutalmente agredidos com martelos e enterrados vivos.
Nascido em Saloth Sar em 1925, foi criado numa
próspera fazenda de arroz ao norte de Phnom Penh, num Camboja governado
pelos franceses. Nunca trabalhou em um campo de arroz, nem conhecia bem a vida
na aldeia, pois aos seis anos de idade foi mandado para a capital para se
tornar monge.
Em 1949 Pol Pot foi estudar em Paris depois de
ganhar uma bolsa para aprender radioeletricidade. Ali seu racismo
inato encontraria expressão no comunismo extremista.
Durante os anos que Pol Pot estudou em Paris , o Partido
Comunista era o partido stalinista mais linha-dura da
Europa Ocidental. Também absorveu a filosofia de outro estudante cambojano de
esquerda, Khieu Samphan,
segundo o qual, para fazer uma verdadeira revolução rural, o Camboja precisava
regredir à economia camponesa – sem cidades, indústrias, moeda ou educação.
Depois da faculdade em Paris, Pol Pot voltou ao Camboja cheio
de ideais revolucionários
e entrou para o Partido Comunista clandestino, que fazia oposição ao
monarca apoiado pelos franceses, o rei Sihanouk, e ao presidente Lon Nol. Em
dois anos ele foi nomeado secretário-geral do partido e, para não ser capturado
pelas forças governamentais,
fugiu para as montanhas, com seus quadros agora fortemente armados, e pregou
sua doutrina revolucionária para
as tribos enquanto travava uma feroz guerrilha. Desde o início da década de
1970, Pol Pot e
seu grupo, conhecido como Khmer Vermelho, envolveram-se numa
campanha violenta contra o governo de Lon Nol e, em 1972, o conflito havia
chegado a uma verdadeira guerra civil.
Posição geopolítica do Camboja.
No dia 17 de abril, logo depois do ano-novo
cambojano, o Khmer Vermelho
entrou na capital vitorioso, depois de uma guerra de cinco anos.
Depois de 24 anos de vida, o Partido Comunista do Camboja,
agora rebatizado de Campuchea,
havia conseguido uma vitória retumbante.
O mundo reagiu com perplexidade quando os revolucionários esvaziaram
as cidades, destruíram os bens de consumo ocidentais, aboliram o dinheiro e os
mercados cambiais estrangeiros e instituíram o controle estatal sobre todo o
comercio nacional e internacional começando a liquidar a
elite ocidentalizada.
Campos de trabalhos, aonde o Khmer Vermelho matava seu próprio
povo de exaustão e fome.
A catedral católica romana de Phnom Penh foi demolida pedra por pedra
até não sobrar nenhum vestígio do mais proeminente edifício ocidental do país.
As coisas chegaram ao ponto de o novo governo declarar que o ano
não era mais 1975, mas o Ano Zero.
Médicos, advogados, professores, mecânicos, varredores de ruas,
todos foram obrigados a ir para o interior trabalhar como camponeses,
cultivando arroz e construindo represas para a revolução. Dois milhões de
cambojanos que viviam em Phnom Penh deixaram a cidade em 72
horas. Com a evacuação forçada das cidades, o Khmer Vermelho praticamente cortou
toda e qualquer ligação material que a população tinha com o regime antigo. Os
hábitos sociais, religiosos, familiares e econômicos foram abalados enquanto
a população era lançada numa luta pela sobrevivência.
Para reforçar suas políticas, Pol Pot declarou que dali em o
dinheiro e o pertence pessoal seriam banidos.
As pessoas até mesmo mulheres grávidas ficavam dentro d’água até o
pescoço nas estações frias e chuvosas, trabalhando em canais, com as pernas e
pés inchados e sangrentos. Se alguém parasse de trabalhar por causa de alguma
doença, não recebia comida. O slogan do Khmer Vermelho na época era “Mantê-lo
vivo não e ganho, destruí-lo não é perda”. Todos tinham de trabalhar.
Pol Pot acreditava que para sua visão
de pureza dar certo o individualismo tinha de ser banido. Só destruindo todas
as raízes, todos os vestígios do pensamento individual é que surgiria um povo
dedicado a um regime coletivista.
Com o advento da nova moralidade revolucionária, os maridos eram
separados das mulheres por longos períodos, a permissão para se casar só era
dada pela Angkar (A
Organização), e só sob regras estritas, e o sexo pré-conjugal tornou-se
passível de castigos extremos; as vezes até a pena de morte.
"Soldados" do Khmer Vermelho mostram com orgulho
a cabeça de um compatriota decapitado como troféu.
Os adolescentes eram arrancados da família e mandados para um
rigoroso treinamento
ideológico. Pol Pot acreditava que, se treinasse
seus jovens recrutas com jogos cruéis, eles acabariam se transformando em
soldados que gostavam de matar, e encorajava os jovens a ter prazer em atormentar
animais e a fazer suas vítimas sofrer o mais possível.
Agora as crianças mal viviam com os pais: as que tinham menos de
seis anos eram entregues a “avós” que cultivavam seu espírito revolucionário com
a narração de histórias heróicas.
Antes da ascensão ao poder de Pol Pot, o Camboja possuía uma população majoritariamente budista.
Após a entrada ao poder de Pol Pot o budismo foi varrido do país.
Executaram os monges mais importantes, destituíram o resto de suas funções
sacerdotais, proibiram o acumulo de mérito por meio das
doações e destruíram muitos templos.
Depois o Khmer Vermelho começou a perseguir
e executar líderes políticos, oficiais militares, funcionários públicos e todos
os que tivessem instrução. Em alguns casos matavam junto suas mulheres e
filhos. As crianças muito pequenas, novas demais para ter ideia do que estava
acontecendo, eram pegas pelos soldados do Khmer Vermelho, que lhes
arrancavam os membros um por um em frente aos seus pais.
As escolas e bibliotecas foram fechadas logo depois que o Khmer Vermelho
subiu ao poder, e os jornais deixaram de existir.
Com o Khmer Vermelho no poder só havia
duas soluções para o povo: “Se a bala das armas não acabava com alguém, a fome
o fazia”.
O arquiteto dessa desgraça
controlava todos os aspectos da vida das pessoas, mas nunca assumiu nenhuma
responsabilidade pelo sofrimento de seu povo, nem pela morte de alguém que
tivesse morrido por algo que não fosse o motivo certo.
Numa casa de Phnom Penh onde havia funcionado uma
escola Pol Pot estabeleceu
a notória prisão de Tuol Sleng, ou S-21, como centro de
extermínio de uma rede nacional de encarceramento, interrogatório,
tortura e execução. Todos os que eram levados para a S-21 eram fotografados e
seus crimes meticulosamente registrados. O Khmer Vermelho criou seu próprio
código para registrar os crimes e o destino dos prisioneiros.
Com os oponentes de classe e os adversários políticos fora do
caminho, Pol Pot,
impelido pelo racismo que ocupava grande parte de seu programa, voltava a
atenção para as minorias étnicas do Camboja. Ele acreditava que só havia
uma raça pura: a raça do Khmer, originária do Camboja Inferior.
No final de 1978, com as execuções e a fome no auge, e com o
regime de Pol Pot parecendo
invencível, o governo começou a sua autodestruição. Com informações
provenientes de suas forças de segurança, o Partido caiu sob o feitiço da contraespionagem,
consumindo a si mesmo quase da mesma forma que consumira o povo do Camboja.
Seus membros haviam esmagado toda e qualquer oposição pelo terror e pela
coerção. O ódio psicótico que Pol Pot sentira
durante toda a vida pelos vietnamitas seria sua ruína.
Depois de uma série de violentos confrontos de fronteira com o Vietnã,
150.000 soldados vietnamitas atacaram a fronteira campucheana e,
no dia 6 de janeiro,
aproximaram-se de Phnom Penh. Os expurgos constantes
de Pol Pot haviam
rompido os elos de comando entre oficiais e soldados e abalado o moral tanto do
exército quanto do Partido. Aqueles acusados de traição que não haviam traído
ninguém não sabiam o que fazer: morrer em nome do Partido ou fugir. Mas o povo
cambojano sabia o que fazer – recebeu os vietnamitas de braços abertos e com
gritos de alegria. Ironicamente, três cambojanos vietnamitas, que haviam
escapado do expurgo – Heng Samrin, Chea Sim
e Ros Samay –
logo seriam chefes do governo que substituiu Pol Pot.
Pol Pot e seus capangas fugiram
para o norte do Camboja e para a Tailândia, e o
odiado administrador da S-21, evitou a captura. Enquanto fugia num Mercedes
branco e depois num helicóptero, que o levou, e a seus asseclas,
para a Tailândia, milhares de outros membros do Khmer Vermelho
deixavam um Camboja arrasado. Pol Pot continuou
lutando de sua base militar ao lado de seus seguidores fiéis no interior e
formou a Frente de Libertação dos Povos do Khmer. Outros vinte anos se passariam
antes de Pol Pot ser
visto de novo – mas dessa vez num tribunal. Finalmente o Khmer Vermelho
voltou-se contra seu antigo líder, que foi preso, não pelos crimes de genocídio
ou contra a humanidade, mas por ser inimigo político.
Os campos de arroz aonde o povo cambojano trabalhava para o regime
do Khmer
Vermelho de Pol Pot eram regados a sangue.
Numa entrevista feita por Nate Thayer pouco antes de sua morte, Pol Pot recusou-se
a dizer se havia se arrependido de ter causado morte de tantas pessoas
inocentes e disse que os erros cometidos pelo regime foram principalmente os de
implementação da política. Duas semanas mais tarde, em abril de
1998, Pol Pot morreu
de morte natural.
Em busca de um “comunismo puro”, o Khmer Vermelho
reduziu uma economia devastada pela guerra, mas tradicionalmente capaz de
recuperação rápida, a outra quase sem perspectiva de regeneração espontânea. As
regras draconianas de vida sob Pol Pot transformaram o Camboja num gulag de
dimensões nacionais.
Você quer saber mais?
TWISS, Miranda. Os Mais Perversos da História. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2004.
CHANDLER, David P. Brother Number One: a Political Biography of Pol Pot. Oxford: West-view, 1999.
JACKSON, Karl D. Cambodia 1975-1978 – Rendezvouz With Death. Princeton, 1989.
KIERNAN, Ben. The Pol Pot Regime. Yale University Press, 1996.
MARTIN, M.A. Cambodia – A Shattered Society. University of California Press, 1994.
TWISS, Miranda. Os Mais Perversos da História. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2004.
CHANDLER, David P. Brother Number One: a Political Biography of Pol Pot. Oxford: West-view, 1999.
JACKSON, Karl D. Cambodia 1975-1978 – Rendezvouz With Death. Princeton, 1989.
KIERNAN, Ben. The Pol Pot Regime. Yale University Press, 1996.
MARTIN, M.A. Cambodia – A Shattered Society. University of California Press, 1994.
Fonte desse artigo:
<http://desconstruindo-o-comunismo.blogspot.com.br/2012/03/os-mais-perversos-da-historia-pol-pot-o.html>
Fonte desse artigo:
<http://desconstruindo-o-comunismo.blogspot.com.br/2012/03/os-mais-perversos-da-historia-pol-pot-o.html>





